sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O SAMBA DE RAIZ NA PERIFERIA DE SÃO PAULO

A Folha de São Paulo (dia 10.12.2009) publicou uma reportagem informativa, exaltando os sambistas de São Paulo (capital) que se dedicou a glorificar esse que é o nosso mais legitimo ritmo musical.
Diz a Folha: “Periferia renova samba de São Paulo” (Encontro Mutirão do Samba impulsiona novos sambistas como Douglas Germano, Adriana Moreira e Marquinho Dikuã).
A reportagem anota que nos anos 90 surgiram os primeiros sinais de saturação do pagode comercial. Ao mesmo tempo, as escolas de samba vinham deixando de agregar compositores para se tornarem um triste pastiche dos desfiles cariocas. Não havia mais espaço para os compositores. Alguns anunciaram a morte do samba, mas ele sobreviveu tímida e desorganizadamente, nos quintais e botecos da periferia paulista.
Em 1997, surgiu o Mutirão do Samba, um encontro de sambistas, visando o culto ao samba de raiz, a formação de novos talentos e a exibição de novos sambas. Douglas, um dos fundadores, via ali um estímulo à criação. “O Mutirão nasceu com a vontade de registrar nossa própria história. Neste grupo de 32 pessoas havia compositores, percussionistas de escola de samba e de botequim, instrumentalistas, cantores”.
Surgia algo novo em São Paulo. “Uma roda com composições próprias, que era ao mesmo tempo um encontro e um espaço de formação”, lembra Adriana.
A experiência do Mutirão serviu como inspiração para a formação de uma série de novas experiências. Projeto Nosso Samba, Samba de Vela, Samba Autêntico, Samba da Laje, Samba de Todos os Tempos, entre dezenas de comunidades.
“Surgiu uma série desses núcleos, a partir do samba tradicional”, conta Selito. “Ninguém agüentava mais aquela mesmice dos anos 90”, diz Kaçula. “A vulgarização das letras e a repetição das fórmulas de sucesso”.
As comunidades são um culto às batucadas, uma retomada do samba a partir da tradição, que gerou uma nova sonoridade paulistana.
Marquinho Dikuã acredita que as comunidades possam abrir uma nova possibilidade para sua geração de sambistas. Está em curso um “boom” de independentes de discos de samba. “Hoje há em São Paulo 30, 40 comunidades de samba que reúnem por ano 300 a 400 mil pessoas. Temos Público”. Caio coloca um porém: “A gente conseguiu se reunir para produzir, mas essa produção não consegue ser escoada. A pergunta é como quebrar a barreira e cair nas graças do povo”.
Essas assertivas são do jornalista da Folha, Thiago Mendonça.
Ao se citar alguns desses sambistas que compõem o samba renovado, são citados (dentre outros): T. Kaçula – Comanda o projeto Samba Autêntico. É fundador da Rua do Samba Paulista, que reúne 3.000 pessoas por apresentação; Marquinho Dikuã – Toca em bares da Vila Madalena e no Bar Brahma; Babal – É um dos principais representantes do Samba de Laje, um dos mais importantes movimentos de samba de São Paulo, que reúne até 2.000 pessoas.
Eis porque, como eu já disse aqui, o samba de raiz é eterno.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

ELIS REGINA – FASCINAÇÃO
(Lançamento da Phillips)

Embora Elis não tenha sido do samba de raiz, mas da MPB em geral, como foi a nossa maior intérprete de todos os tempos, vou aqui abrir uma exceção para levantar algumas das melhores faixas dessa que foi a nossa “pimentinha”.
As faixas que vou sublinhar são:

1. Lapinha (Baden Pawell/Paulo Cesar Pinheiro)
Quando eu morrer me enterre na lapinha,
Calça, culote, paletó, almofadinha.
Vai, meu lamento, vai contar
Toda tristeza de viver.
Aí a verdade sempre trai... (faixa n.º 4)

2. Como Nossos Pais (Antônio Carlos Belchior).
Só para lembrar: “Não quero lhe falar, meu grande amor, das coisas que aprendi nos discos...”

3. O Mestre Sala dos Mares (João Bosco e Aldir Blanc).
Há muito tempo nas águas da Guanabara. O dragão no mar apareceu na figura de um bravo feiticeiro a quem a história não esqueceu... Glórias, às mulatas, aos piratas, às sereias...”

4. Vou deitar e rolar (Baden Pawell/Paulo Cesar Pinehiro).
Não venha querer se consolar
Que agora não dá mais pé
Nem nunca mais vai dar...
Quaquaraquará...

5. O Morro não tem vez
E o que ele fez já foi demais. Mas olhem bem vocês. Quando derem vez ao morro...
Toda a cidade vai cantar...(participação especial de Jair Rodrigues).
Feio não é bonito. O morro existe mas pede pra ser acabar. Canta, mas canta triste... (segue-se um pout-pourri de sambas, sensacional).

6. Fascinação (D. Marchen M. de Ferady – versão Armando Lousada).
Embora este não seja um samba é (para mim) a música mais fascinante e linda que já se produziu em todo o mundo e em todos os tempos.
E essa interpretação da Elis é realmente imperdível.
Os sonhos mais lindos sonhei.
De quimeras mil, um castelo ergui.
E no teu olhar, tonto de emoção.
Com sofreguidão mil venturas previ
O teu corpo é luz, sedução
Poema divino cheio de esplendor.
Teu sorriso pende, enebria, entontece.
É, fascinação amor (imperdível).
Vale a pena guardar essa letra.

7. Atrás da Porta (Chico Buarque/Francis Hine)
Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus, juro que não acreditei. Eu te estranhei, me debrucei...

8. Dois pra lá, dois pra cá (João Bosco/Aldir Blanc)
Sentindo frio em minha alma
Te convidei pra dançar
A tua voz me acalmava
São dois pra lá, são dois pra cá
Meu coração traiçoeiro. Batia mais que o Bongô.
Tremia mais que as maracas...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Hoje, depois de algum tempo (devido a inúmeros serviços jurídicos e viagens para Congressos) volto neste nosso cantinho para comentar algumas novidades.

CASUARINA – 3 – 3º CD e 1º DVD
Esse grupo, que faz enorme sucesso no Rio de Janeiro, nos brinda com seu terceiro CD – “MTV apresenta Casuarina” – da SONY MUSIC. Foi objeto de um show na Fundição Progresso – Arco da Lapa 24.
Destaquemos algumas faixas:
a. Preparei uma roda de samba só pra ela.... Isso é problema dela, isso é problema dela...
b. O que se vai fazer. Em virtude do tempo, hoje não há futebol. Uma noite tão feia e eu esperava lua cheia. Em virtude do tempo...
1. Não falem dessa mulher perto de mim. Não falem para eu não me lembrar da minha dor. Se me lembro dela me dá saudade! Ninguém viveu a vida que eu vivi... Não falem dessa mulher perto de mim. Já fui moço, já gozei a mocidade... Respeitem ao menos os meus cabelos brancos...
2. Chamado ao palco, com uma aula de samba: Roberto Silva (faixa n.º 5). Vejam só este jornal. É o maior hospital...
3. Mostro minha face suja... Sou de sorrir e desdenhar. Eu sou vaso duro, pode conferir... (faixa n.º 6).
4. Rosa Morena. Onde vais morena rosa. Com essa rosa no cabelo... Rosa, morena... Esse andar de moça prosa... (faixa n.º 8).
5. Vou pelas minhas madrugadas a cantar. Esquecer o que passou. Trago a face marcada... A mocidade que não volta nunca mais. Tantos lábios beijei; tantas mãos afaguei. Vou pelas madrugadas, esquecer o que passou (faixa n.º 9 – imperdível).
6. Abre as asas sobre mim. Senhora Liberdade. Amar foi meu delito. Hoje estou no fim. Senhora Liberdade, abre as asas sobre mim (faixa n.º 11 – imperdível). Considero esse samba de Ney Lopes, o hino do samba de raiz). É cantada por um grande mestre do samba.
7. Certidão é papel que eu não preciso não (faixa n.º 11 – Sucesso já do Grupo Casuarina).
8. Outra faixa (n.º 12) imperdível. Vai passar, esse meu mal estar, esse nó na garganta. Vai passar. Água de mais mata a planta; tudo o que é demais... Relógio que atrasa não adianta. Remédio que cura também pode matar.

Roda de Samba com Almir Guineto
Lançamento da SOM LIVRE – Disc.
Faixas imperdíveis:
1. Insensato Destino (Chiquinho/Mauricio Lins/Acyr Marques).
Ó insensato destino pra que. Eu quero ser feliz pelo menos uma vez. Fui desprezado e magoado por alguém que abusou de mim. Tanta desilusão no meu viver.
Destino! Porque fazes assim...tenha pena de mim. Não mereço sofrer assim...
2. Pra não deixar morrer meu grande amor (Almir Guineto/Celso Leão/Passarinho). Faixa n.º 4.
Não há nada de errado nessa união.
E nós nessa margem de separação...
3. Mel na boca (..........)
Ó quanta mentira suportei. Pode parar, com essa idéia de representação. É mentira. É mentira, cadê toda a promessa de me dar felicidade.
Será que o amor é isso. Um raio de luz. O sol há de brilhar outra vez... (imperdível).
Bota mel na minha boca. Será que o amor é isso!
4. A Vaca (Zeca Pagodinho/Ratinho).
Quero comprar essa vaca. Quero comprar uma vaca solteira e que possa casar. Quero saber se essa vaca dá leite ou não dá. Se a vaca for brejo...
5. Tanta Promessa (Arlindo Cruz/Marquinho PQD)
Foi tanta promessa que eu fiz que não vai dar tempo de pagar...
6. Abençalgueiro (almir Guineto/Ney Lopes).
Salgueiro. Foi lá que aprendi tudo que sei. Salve o Salgueiro. Um belo dia o meu sol raiou. Foi lá que nasci, e me batizei. Salgueiro...
7. Pranto Que Chorei (Arlindo Cruz/ Franco/Acyr Marques)
Tinha que ser assim. Amar foi bom pra mim.
Foram águas de mar. Foram temporais... Eu fui a nuvem que chorei ao ver que o nosso amor morreu... Na tua vida fui um rio, mas passei (faixa n.º 14).
8. Lama das Ruas (Almir Guineto/Zeca Pagodinho).
Deixa. Desaguar a tempestade. Inundar a cidade.
Porque há um sol dentro de nós. E seremos serenos.
Veja. O olhar de quem ama, não reflete um drama,
Uma expressão pura sim. Aí é que o bem vence o mal. Se há tanta lama nas ruas, e o céu é deserto sem brilho de luar, o clarão da luz do teu olhar vem me guiar. Conduz meus passos por onde quer que eu vá (imperdível).

Até breve! Obrigado pelas visitas!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

ONDE ENCONTRAR-SE COM O SAMBA DE RAIZ NO RIO DE JANEIRO.

1. Circo Voador – Rua da Lapa s/nº - 2533 – 0354 – sextas às 22hs – R$ 50,00;
2. Carioca da Gema – sextas às 23hs – Tereza Cristina e Grupo Semente – sábados às 23hs – Ana Costa;
3. Tempero Carioca – domingos às 22hs – 19hs – Av. Mem de Sá, 179 – Lapa – Telefone: 22221 0043;
4. Sururu na Roda – Rua do Teatro. 37 – Praça Tiradentes – Telefone: 2252 6468 – sábados às 22h30 – R$ 20,00;
5. Batuque na Cozinha – “Mas será o Benedito” – Av. Gomes Freire, 599 – Lapa – Telefone: 2232 9000 – sextas às 22hs – R$ 20,00;
6. Galo Cantô – Mofo – Av. Mem de Sá, 94 – Lapa – Telefone: 2221 9851 – sextas às 23hs – R$ 20,00;
7. Trapiche Gamboa – Rua Sacadura Cabral, 155 – Gamboa – sábados 22hs;
8. Estrela da Lapa – Av. Mem de Sá, 69 – Lapa – Telefone: 2507 6686 – domingos às 23hs;
9. Grupo Alma de Sambista – Bar Severyna de Laranjeiras – Rua Ipiranga, 54 – Laranjeiras – Telefone: 2556 9398 – domingos às 21hs – R$ 10,00;
10. Samba com atitude, com Dorina – Bar Bom Sujeito – Estrada da Barra, 18 – Barra, Telefone: 2491 8955 – sábados às 21h30 – R$ 20,00.

Hoje, temos dois grandes lançamentos para comentar:

1. Luiz Melodia – Especial – MTV
Este CD revela um grande sambista (embora ele tenha enveredado por outras bandas também).
Eu diria que, no âmbito do samba, este é um dos melhores CDs que surgiram.
A primeira faixa é um samba belíssimo e novo: “Contrastes”. A segunda é “Rei do Samba” (imperdível),. Quer cantar samba na Gamboa. 30 anos sempre a cantar.
A terceira faixa é “Tive sim”, uma das pérolas de Cartola. “Eu vivia contente, como vivo hoje com você. Tive sim outro grande amor antes de ti”.
A faixa 4 traz nada mais do que “Diz que foi por aí” (Zé Kéti/H. Borba); em seguida, sublinho a faixa “Fadas” (6).
Outra faixa imperdível: “Gente humilde” (samba do qual eu perguntei aqui se sabiam quem o compôs e quem o cantou. Hoje sei: Chico Buarque, Garoto/Vinicius de Moraes; quem a gravou: Silvio Caldas. É uma das mais lindas músicas do cancioneiro pátrio (“tem certos dias em que eu penso em minha gente”; “São casas simples com cadeiras com calçada”; “E aí me dá uma tristeza no meu peito. Feito um despeito de eu não ter como lutar”; “E eu que não creio peço a Deus por minha gente. É gente humilde, que vontade de chorar”.
Outra faixa a de n.º 11, “choro de Passarinho” (Renato Piau/Euclides Amaral/Rubens Cardoso).
A faixa 13 é um samba de raiz genuíno. Belíssimo (Eu vou ficar no Morro).
A última faixa foi cantada pelo Luiz em outro CD: “Chegou a Bonitona” (Geraldo Pereira/José Batista).

2. Alcione: Acesa
Trata-se do seu último CD. Músicas escolhidas a dedo para o seu vozeirão e para o seu molejo inconfundível.
A primeira faixa é novidade imperdível: “Eu não domino essa paixão” (Paulinho Resende).
A 2ª faixa é sensacional: “O samba me chamou” (Marquinho PQD – Sombrinha).
“Eternas Madrugadas” (Fred Camacho – Cassiano Andrade), é a 3ª faixa.
Em seguida a faixa que dá o título ao CD: “Acesa” (Telma Tavares – Eddie Ferreira). É um samba arrebatador. O tom das batidas é fantástico.
A faixa n.º 6, “Não peça pra ficar” (Valtinho Jota/Andrea Amadelsi) é muito bonita, tendo uma letra belíssima.
A faixa 7 é belíssima, tanto nos seus versos como na música: “O sono dos justos” (Marcos Lima/Marcio Proença/Rodrigo Sestremi).
A faixa n.º 9, “Eu vou pra Lapa” (Serginho Meriti, que tem mais de 700 sambas compostos, inclusive o samba consagrado por Zeca Pagodinho, “Deixa a vida me levar”/Claudinho Guimarães). É um típico samba de raiz.
A faixa seguinte: “Chutando o Balde” (Ney Lopes – que canta também.
A faixa de n.º 11: “Quem dera”, belíssimo samba, de Reinaldo Frias e Paulo Sérgio Valle.
“Sinuca de Bico” é a faixa de n.º 12 (Claudemir Elcio do Pagode – Serginho Meriti).
Registro: O samba de raiz vai fazendo nascer aqui ou acolá novos nomes e grupos.
No dia 30 último (domingo), o Canal MTV apresentou um grande show de um novo grupo denominado “Arranco de Varsóvia”, homenageando Martinho da Vila.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

DIOGO NOGUEIRA

Em seu último CD, este sambista de raiz, que herdou do seu pai, João Nogueira todas as condições para ser o sucesso que é, Diogo, vem trazendo sambas dos mais empolgantes.
Vejamos.
A primeira faixa, “Poder da Criação” lembra seu pai em tudo, mas mostra seu talento para o samba; os autores são João Nogueira e Paulo César Pinheiro. Imperdível.
A segunda faixa (“Batendo a Porta”) tem como compositores os mesmo dois; mostra um Diogo mais rápido e com o molejo dos grandes cantadores.
A 3ª faixa, “Fé em Deus” tem uma letra muito bonita e a interpretação do Diogo é imperdível.
“Nó na madeira” (Participação especial de Marcelo D2) de João Nogueira e Eugênio Monteiro é já consagrado e todos adoram esse samba.
A faixa n.º 6 traz-nos “Vazio” (Nelson Rufino), um samba que é uma pérola, com uma batida espetacular. A faixa n.º 7, “Vi no seu olhar” tem uma letra belíssima.
A faixa n.º 8 traz “Cai no samba” (Participação de Xande de Pilares). É um samba-pagode brejeiro e cheio de alegria.
“Do jeito que sou” é a faixa “9”, de Beto Júnior. Samba novo de inegável beleza.
A faixa 11 nos traz “Laço desfeito” (João Nogueira/Ciraminho). Samba de raiz com poesia e tristeza.
A faixa n.º 13, “Trem do Tempo” (Ciraminho/Diogo Nogueira/Alceu Natal) é imperdível.
A última faixa, “Samba pros poetas” (Diogo Nogueira/Inácio Rios).
É um verdadeiro ode ao samba de raiz, mostrando toda a pujança dele que não morre jamais porque ele está na alma do povo brasileiro, nas esquinas, nas rodas, nos botecos e botequins das cidades.
Vejam os trechos da letra:

“O povo chamando pro samba não morrer
Sambista de fato não deixa esmorecer
Bate no peito com raça e dignidade
O samba vem de Angola
Mexe no meu peito, a mais pura verdade
Dizem que o samba da gente já morreu
Isso é conversa fiada, o samba cresceu
E Donga dizia pelo telefone
Que o samba é a alma do povo
Raiz verdadeira, Brasil é seu nome

Samba de Monarco, de Ratinho, de Noel,
De Padeirinho e do Sila de Oliveira
Samba de Katimba e da Vila, Dona Ivone, Jovelina.
E também João Nogueira
Samba pros poetas de verdade
Do Paulinho da Viola e pro Nelson Cavaquinho
Olha que o Candeia foi chegando e o
Sem Braço foi versando
Devagar, no miudinho.”
(composição de Diogo Nogueira e Inácio Rios).

Não é a realidade do samba de raiz? Ele não só não morreu, como não morrerá jamais, e hoje, volta a revelar jovens sambistas que dão continuidade às canções e letras dos grandes poetas do samba.
Registro que o CD é dedicado a João Nogueira e Paulinho Albuquerque. Realização da Música & Mídia Produções. É imperdível.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

JUSTA HOMENAGEM AO MAIOR DOS COMPOSITORES DO SAMBA

Nos últimos dias 15 e 16, o SESC – Pinheiros organizou um show em homenagem a esse que foi o maior poeta do samba: Nelson Cavaquinho; denominou-se “Uma flor para Nelson Cavaquinho” tendo sido comandado pelo grande músico Arnaldo Antunes. Cantando, os três.
Primeiramente Liliane, cantou diversas músicas, menos conhecidas do público, porém com uma interpretação muito boa. Depois, Arnaldo cantou já algumas das pérolas de Nelson, para, então, surgir no palco, com sua voz inconfundível, nada mais do que Elza Soares. Cantou lindamente os maiores sucessos do Nelson, começando por “A flor e o espinho”, onde, como já nos manifestamos, consta a frase mais fantástica do cancioneiro brasileiro: “Tira o seu sorriso do meu caminho, que eu quero passar com a minha dor”.
Essa música, ao lado daquele que diz “quem me quiser me homenagear que o faça agora, antes que eu vire saudade”, são as maiores pérolas do Nelson. Registre que um Auditório lotado do SESC estava lotadíssimo, tanto no sábado como no domingo.
Foram relembradas algumas das célebres músicas – sambas de Nelson Cavaquinho, trazidas a nós pela voz sensacional de Elza Soares.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

ALINE CALIXTO

“CD une tradição mineira a sambas de roda e gafieira”, com essa chamada a Folha de São Paulo analisou a figura dessa novel sambista, bem como o seu primeiro CD, com o título que leva o seu nome.
Informa-nos a Folha que ela foi descoberta num festival na Lapa Carioca e que conheceu, em rodas ou pela internet, autores mineiros ainda pouco conhecidos e gravou novidades como “Original” (Santão/Sandro Borges), “Enfeitiçado” (Affonsinho) e “Faz o Seguinte” (Renegado).
Dos subúrbios cariocas trouxe “O Teu Amor Sou Eu” (Rogê/Arlindo Cruz). Na música lenta, em “Retrato da Desilusão” uma bela peça romântica de Monarco/Mauro Diniz. A gravadora é a Warner.
O CD começa com o “Original” onde a cantora mostra que tem a alma do samba na voz. Em seguida, “Cara de Jiló”, de sua autoria com Juliano Buteco. A faixa “Tudo que sou” de Toninho Geraes e Toninho Nascimento, lembra Clara Nunes.
- “Saber Ganhar” de Eduardo Krieger, é imperdível.
- A faixa “Faz o seguinte” de Renegado é uma das mais belas do CD.
- “Rainha das Águas”, de Douglas Couto/Rodrigo Santiago é muito bonito.
- “O teu amor sou eu”, de Rogê e Arlindo Cruz, imperdível.
- “Retrato da Desilusão” de Mauro Diniz/Monarco, é uma das belas faixas do CD, com uma interpretação fantástica de um samba que é uma pérola.
VIOLÃO E SAMBA (da Zamba Discos)
Produção: Dorina, Carlinhos 7 cordas e Claudio Jorge

Dorina é de há muito uma das maiores sambistas das noites do Rio. Já há mais de 10 anos canta o verdadeiro samba nas noites. Voz belíssima e interpretações raras.
Das melhores faixas destacamos:
- Samba do Irajá, de Ney Lopes; Violão Vadio, de Baden Powell e Paulo Cesar Pinheiro; Zuela de Oxum, de Moacyr Luz e Martinho da Villa.
- Notável Amiga, de Luiz Carlos da Vila (trata-se de um belo ode à viola, amiga inseparável); Seja Sambista Também, de Arlindo Cruz/Sombrinha: trata-se da melhor faixa, com os dois grandes sambistas compositores do samba de raiz. Passagem imperdível: “Pois o samba como é giz/É eterno porque é raiz/Não quero dizer que viver é só sambar/Mas sambar é viver/É saber se encontrar.../Aconselho a você que seja sambista também”.
Outra faixa excelente é “Tudo se transformou”, de Paulinho da Viola. Imperdível.
- De Qualquer Maneira, de Candeia – imperdível: “Enquanto houver samba na veia/Empunharei meu violão”.
- Cordas de Aço, de Cartola: “Ah! Essas cordas de aço/Esse minúsculo braço/Do violão que os dedos meus acariciam/Ah esse brejo prefeito/Que trago junto ao meu peito, só você violão...” Imperdível.
- A última faixa imperdível é “Amanhã, ninguém sabe”, de Chico Buarque.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

NELSON SARGENTO (Encanto da Paisagem)

O cognome não revela o sambista fantástico que foi Nelson Sargento desde a juventude.
Seu nome não pode ficar fora dos grandes gênios do samba de raiz.
Seu último CD, intitulado “Nelson Sargento – Encanto da Paisagem” revela o grande compositor que se iguala aos grandes mestres do passado.
Sérgio Cabral fez a apresentação deste trabalho com grande sensibilidade. Depois, iremos transcrever algumas dessas passagens.
Destaquemos desde logo “Homenagem ao Mestre Cartola”, pérola imperdível... Depois, “Vim lhe pedir”, dele e de Cartola (parceiros sim); A seguir, “Vai dizer a ela”, um samba inesquecível, que mostra o gênio tanto em letra como em música, do Nelson.
Destacamos a faixa de n.º 7, “Só voltarei”, outra pérola; Depois, “Mar de Lágrimas”, de Nelson e Guilherme de Brito; trata-se de um samba lindíssimo, mais para um choro, mas dentro da raiz.
Outra pérola vem em seguida “A Felicidade se Foi”, com a participação especial de Claudia Savaget. A seguir, “Amante Vadio”, de Nelson e Zé Luiz. Finalmente, “Agoniza mas não morre”, com a participação especial da Rainha eterna do samba: Beth Carvalho. Imperdível, lembrando um pouco músicas de carnaval. É o puro samba, com a batida mais tradicional de sempre. Diz Beth Carvalho que este é o hino do sambista brasileiro.
Neste CD, Sérgio Cabral nos informa: “Este disco é o produto de amor entre um jovem japonês, Katsunori Tanaka, e a música popular brasileira. Tanaka não é um japonês investidor, em busca de reprodução de capital. É um trabalhador comum, que resolveu aplicar a sua poupança num tipo de música brasileira que as nossas gravadoras não querem gravar”.
“Aqui está Nelson Sargento, acompanhado por vários músicos, amigos, compositores e cantores, apresentando músicas que expressam maravilhosamente a criatividade do sambista. Razão pela qual chamo a atenção do ouvinte para o fato de que adquiriu mais do que um disco. Aqui está um documento de importância histórica: é a obra de um artista, de um grande artista do povo e que a gente conhece pelo nome de Nelson Sargento.
O caso de amor de Tanaka é exatamente com essa música bonita, expressiva, forte, verdadeira e que os donos do consumo não prestigiam por considerá-la não comercial”.
Eu, dono deste blog não sou senão outro nissei apaixonadíssimo pelo samba (de raiz). Por isso ouço e vibro com os belos sambas que constroem por aí.
Brevemente irei ocupar este lugar para fazer um ode ao samba de raiz, contando onde ele mora e vive e porque é sempre e sempre vivo nas almas e nos sofrimentos do povo humilde desta terra. Falar nisso, alguém poderia me esclarecer em que CD eu encontro a canção “Gente Humilde”, seu intérprete? Também tenho dúvida se foi composto por Chico Buarque de Holanda.
Até!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

SAMBA DE RAIZ – 1
Gravação ao Vivo – das rodas de samba que ocorriam no G.R. Cacique de Ramos – Produção de João Carlos Filho. CD da DECK-DISC.
Esse CD, já antigo, contém pérolas de rodas de sambas que, em diversos lugares do Rio, são comuns.
Destacamos as seguintes faixas:
“E eu não fui convidado” (Ney Lopes/Zé Luiz).
“Madalena do Jacú” (Martinho da Vila/Assoc. das Bandas de Congo da Serra).
“Estrela de Madureira” (Acy Pimentel) – “Brilhando num imenso cenário. Num turbilhão de luz. Surge a imagem daquela que meu samba traduz. A estrela vai brilhando. Mil paetês salpicando...” (imperdível).
“Fora de Ocasião” (Marquinhos PQD/Jorge Carioca/Arlindo Cruz) – faixa das melhores deste CD.
“Lucidez” (Cleber Augusto/Jorge Aragão) – “Por favor. Não me olhe assim. Se não for pra viver só pra mim. Aliás, se isso acontecer. Tanto faz, já me fiz por merecer...”.
“Saudade Louca” (Franco/Acyr Marques/Arlindo Cruz) – imperdível: “Nunca mais ouvi falar de amor. Nunca mais eu vi a flor. Nunca mais eu vi a flor. Nunca mais um beija-flor. Nunca mais um grande amor assim. Que me fizesse um sonhador...”.
“Tímida Tentação” (Jorge Aragão) – “Um olhar. Um sorriso. Uma tímida tentação. Nós brindamos a paz pela sedução. É brincando de amor num bar...”.
“Mel na boca” (David Corrêa) – “Oh quanta mentira eu suportei. Nesse seu cinismo de doçura. Pode parar com essa idéia de representação. Os bastidores se fecharam para desilusão. É mentira. Pra que tanta promessa de me dar felicidade?...” (imperdível).
“Vou festejar” (Jorge Aragão/Neoci Dias/Dida) – “Chora, não vou ligar. Chegou a hora. Vais me pagar. Pode chorar, pode chorar...”.

SAMBA DE RAIZ – 2
Este segundo nos traz, em continuação, diversos sambas de raiz, da mesma forma cantados pelo antigo grupo de Cacique de Ramos.
1) “É preciso muito amor. Para suportar essa mulher. Porque senão ela chora e diz que vai embora...” (imperdível).
3) “Malandro Eu ando querendo falar com você...” (excepcional faixa).
5) “Hoje somos folhas mortas... O show tem que continuar...”.
7) “Yá, yá, minha preta não sabe o que eu sei...”.
9) “Podemos sumir. Não dá pra fugir dessa coisa de pele...”.
10) “Eu quis te dar um grande amor... Mas o que você quer é vadiar. Vai vadiar, vai vadiar...”.
11) “Só pra contrariar eu não fui mais na favela...”.

SAMBA DE RAIZ – 3
1) “Canção em desalinho” (Monarco/Ratinho) – “Numa estrada dessa vida. Eu te conheci, oh flor. Vinhas tão desiludida. Mal sucedida por um falso amor. Dei afeto e carinho como retribuição. Procuras um outro ninho. Em desalinho ficou meu coração...” (imperdível).
2) “Parabéns pra você” (Mauro Diniz/Ratinho/Sereno) – faixa excepcional: “Se o tempo passou e não fui feliz. Sei lá das razões, foi Deus quem não quis. Você me propôs e não foi capaz. Fez pouco de mim, até nunca mais. A dor que passou deixou cicatriz. Pois aquele amor já tinha raiz. Profunda no coração. Foi tão ruim amar em vão. Agora me deixe ir Adeus, eu vou fugir de ilusão. Parabéns pra você por tentar me enganar...”
6) “Tendência” (D. Ivone Lara/Jorge Aragão) – “Não, pra que lamentar? O que aconteceu era de esperar. Se eu lhe dei a mão foi por me enganar. Foi sem entender que o amor não pode haver...” (excepcional faixa).
8) “Insensato Destino” (Chiquinho/Maurício Lins/Acy Marques) – “Oh! Insensato destino, pra que? Tanta desilusão no meu viver. Eu quero apenas ser feliz. Ao menos uma vez e conseguir o acalanto da paixão. Fui desprezado e magoado. Por alguém que abordou meu coração...” (faixa imperdível).
9) “Sentimento de Posse” (Adilson Bispo/Zé Roberto).
12) “A batucada dos Nossos Tantãs” (Sereno/Adilson Gavião/Robson Guimarães) – “Samba a gente não perde o prazer de cantar. E fazem de tudo pra silenciar a batucada dos nossos tantãs. No seu ecoar o samba se refez. Seu canto se faz reluzir. Podemos sorrir outra vez. Samba eterno delírio do compositor que nasce da alma, sem pele, sem cor. Com simplicidade, não sendo vulgar. Fazendo da nossa alegria seu habitat natural o samba floresce do fundo do nosso quintal. Este samba é pra você. Que vive a falar, a criticar querendo esnobar, querendo acabar com a nossa cultura popular...” (esta é uma exaltação muito bem feita do samba de raiz).
Eis essas verdadeiras jóias raras do samba de raiz, guardadas para sempre nesses três CDs que cantam o que de mais lindo existe e que nos mostra que “o samba de raiz é eterno”.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A MAIOR SAMBISTA DE TODOS OS TEMPOS E O MAIOR COMPOSITOR DO SAMBA DE RAIZ DA ATUALIDADE.

Beth Carvalho
O CD (vol. 2) que vamos comentar, retrata um show da grande sambista, realizado (dezembro de 2005) em comemoração aos seus 40 anos de carreira, no Teatro Municipal do Rio. Dele participaram Almir Guineto, Ary do Cavaco, Bateria da Mangueira, Diogo Nogueira, Dona Ivone Lara, Dudu Nobre, Luis Carlos da Vila, Partideiros do Cacique de Ramos, Quinteto Branco e Preto, Vó Maria (viúva do grande Donga) e Zeca Pagodinho.
Destacamos as seguintes faixas: “Nas veias do Brasil (Luis Carlos da Vila); “Acreditar” (Dona Ivone Lara/Délcio Carvalho) com Beth Carvalho e Dona Ivone Lara – “Acreditar ou não Recomeçar Jamais, A vida foi em frente, E você simplesmente não viu que ficou para trás...” (imperdível); “O poder da criação” (João Nogueira/Paulo Cesar Pinheiro – com Diogo Nogueira, grande sucessor do João e sucesso atual do samba de raiz); “Não, ninguém faz samba só porque prefere. Força nenhuma do mundo interfere. Sobre o poder da criação. Não, não precisa se estar nem feliz nem aflito...” (imperdível).
No meio do caderno de apresentação e das letras das músicas há estas citações: “Samba, és hoje da alta sociedade, desce o morro pra cidade e já freqüentas o Municipal...” (apoteose ao samba – Nelson Trigueiro);
“...É muito bem representado, por inspiração de geniais artistas. O nosso samba, humilde samba, foi de conquistas em conquistas; conseguiu penetrar no Municipal, depois de percorrer todo o universo com a mesma roupagem que saiu daqui, exibiu-se para a Duquesa de Kent no Itamaraty” (Tempos Idos – de Cartola/Carlos Cachaça, e que neste show foi cantado por esse grupo vocal fantástico que é o Quinteto Branco e Preto).
“Tempos idos” é exatamente a faixa seguinte (n.º 5), cantada pelo quinteto do qual Beth é a madrinha;
“Doce refúgio” (Luiz Carlos da Vila) com Beth, Luis Carlos, Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Sombrinha e Dudu Nobre. Imperdível – “Sim. É o cacique de Ramos. Planta onde em todos os ramos. Cantam os passarinhos das manhãs. Lá o samba é alta bandeira. E até as tamarineiras são da poesia guardiãs (É Cacique)...”; “Água de chuva no mar” (Carlos Caetano/Wanderley Monteiro/Gerson Gomes)/ “Quem é ela” (Zeca Pagodinho/Dudu Nobre – com os dois cantando – imperdível); “Pelo Telefone” (Donga/Mauro de Almeida) – com Vó Maria. Foi o primeiro samba da história; “Lapa em 3 tempos”, “Reunião de Bacana” e “Mordomia”, com Ary do Cavaco; “O que é, o que é” (maior sucesso de Gonzaguinha – imperdível).

Arlindo Cruz
CD: “MTV – Ao Vivo” n.º 1.
Principais faixas: “Da melhor qualidade” (Arlindo/Almir Guineto); “Vê se não demora” (em parceria com Zeca Pagodinho); “O que é o amor” (Fred Camacho/Maurição/Arlindo Cruz); “Ainda é tempo de ser feliz” (Arlindo Cruz/Sombrinha, Sombra) um dos mais belos sambas de todos os tempos – imperdível; “Fora de Ocasião” (Arlindo/Jorge Carioca/Marquinho PQD); “Saudade Louca – Versão 1 (Arlindo/Franco Lattari/Acyr Marques) – participação especial de Beth Carvalho – “Nunca mais ouvi falar de amor. Nunca mais um grande amor assim...” imperdível; “Meu lugar” (Arlindo/Mauro Diniz); “Entra no clima” (Arlindo/Rogê/Acyr Marques – “Amiga, desliga esse papo de tristeza. Isola, faz figa, bate três vezes na mesa. Despacha a mandinga. Manda embora a pururuca. Agora que o samba esquentou. Tira esse grilo da cuca...” – É imperdível essa faixa; “Mão Fina – Versão 1” (Arlindo/Jorge Daniel, com participação especial de Marcelo D2); “Império do Divino” (Arlindo/Maurição/Carlos Será – participação de Arlindo Neto); “Aquarela Brasileira” (Silas de Oliveira) com participação especial de Arlindo Neto. “Vejam essa maravilha de cenário. É um episódio relicário. Que o artista. Num sonho genial. Escolheu para este carnaval. E o asfalto como passarela...” – imperdível. Essa faixa é um dos hinos do samba de raiz de todos os tempos.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

DUAS PRINCESINHAS ATUAIS DO SAMBA DE HOJE

Roberta Sá
Seu novo CD “Que belo estranho dia para se ter alegria” (Junior Barreto e Jair da Silva);
Faixas marcantes: “O pedido”; “Alô fevereiro” (Sidney Miller); “Interesse” (Carvalhinho); “Mais Alguém” (Moreno Veloso e Quito Ribeiro – “Não sei é certo pra você, mas por aqui já deu pra ver, mesmo espalhado ao redor, meus passos seguem um rumo só); “Janeiros” (Pedro Luis e Roberta Sá – “É como vento leve. Em seu lábio assobiar. A melodia breve. Lembrando brisa do mar. Mexendo maré num vai-e-vem. Pra se ofertar flor que quer desabrochar. Nasceu dourando manhã. Bordando areia. Com luz de candeia para nunca se apagar”. – Esta faixa é imperdível); “Cansei de esperar você (Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho – “Quando cansei de esperar você. Vi minha estrela maior renascer. Vi minha vida mais colorida cheia de encanto e de mais prazer... Minha alegria voltou. Brilhando no alvorecer. Quando deixei de amar e esperar por você”); “Laranjeira” (Roque Ferreira, com Hamilton de Holanda no bandolim); Novo amor” (Edu Krieger, com Hamilton de Holanda no bandolim – “A luz apaga porque já raiou o dia. E a fantasia vai voltar para o barracão. Outra ilusão desaparece quarta-feira. Queira ou não queira terminou o Carnaval. Mas não faz mal, não é o fim da batucada...); “Samba de um minuto” (Rodrigo Maranhão – Devagar, esquece o tempo lá de fora. Devagar, esqueça a rima de fora cara. Escute o que vou lhe dizer. Um minuto de sua atenção. Com minha dor não se brinca. Já disse que não... – faixa imperdível); “Girando na Renda” (Pedro Luiz, Sérgio Paes e Flávio Guimarães – “É no samba de roda, eu vou. No babado na saia eu vejo. A morena girando a renda. É prenda pro seu orixá. Todo fim de semana tem. Gente dos quatro cantos vem. Diz na palma e no verso. Histórias de tempos imemoriais. Roda que eu quero ver é bonito. Canta que eu quero ouvir. Bate o tambor na força do rito. Tudo para se divertir...).
Produção da própria Roberta Sá, gravado no Rio de Janeiro, MPB-Produções. Eu recomendo esse belíssimo CD de uma das princesas do samba de raiz, que ainda é ela muito linda.

Mariana Aydar
Pela Universal Music, acaba de sair o mais recente CD dessa revelação do samba de raiz de hoje, Mariana Aydar.
Chama-se “Peixes, Pássaros e Pessoas”.
Destacamos desse belíssimo CD as seguintes faixas: “Florindo” (Duani) . Porque você chora tanto? E sofre sem ter motivo? Vai, deixa todo esse rancor pra trás. Que a vida vem sorrindo pra nós dois...”; “Beleza” (Luiza Maita/Rodrigo Campos); “Aqui em casa” (Duan/Kavita); “Manhã Azul” (Duan/Nuno Ramos – “Manhã. Manhã de Azul. Manhã de céu...”); “Peixes” (Nenug) – “Peixes são iguais a pássaros...”; Nada disso é para você” (Rômulo Froés/Clima); “Poderoso Rei” (Duani); “O samba me persegue” (Duani – imperdível, com a participação de Zeca Pagodinho – “Minha alma por inteiro. Balança e chega a vibrar. Quando ouço o repique de anel. E o cavaco suingar. Chega a dar um arrepio de ver a verdade no ar. O samba me persegue. E eu não vou negar...”); “Teu amor é falso” (Duani); “Tudo que eu trago no bolso” (Kavita/Nuno Ramos).
Esse CD, dessa grande revelação do nosso samba de raiz, Mariana, eu recomendo a todos aqueles que são ligados ao verdadeiro samba.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

HOMENAGEM A PAULO VANZOLINI

Ao completar 85 anos esse grande compositor (e cientista da USP) recebeu, nos dias 25 e 26 de abril, no SESC - Vila Mariana, com dois shows: o primeiro às 21h00 do sábado e o segundo às 18h00 de domingo, justa homenagem.
Cantoras e cantores que sempre estiveram com ele, estiveram abrilhantando os dois shows. Referência especial para Ana Bernardo, que abriu os dois dias, com músicas como “Chorava No Meio Da Rua”, “Bandeira De Guerra”, “Valsa Das Três Da Manhã”, “Cara Limpa; Márcia, que imortalizou o “Ronda”, cantou-o mais uma vez, deixando a platéia em delírio; cantou ainda outras canções, dentre elas “Mente”, “Volta Depressa”. Eduardo Gudin cantou algumas canções que compôs com Vanzolini.
Referência especial para a jovem Suzana Salles, que, com uma voz belíssima, interpretou “Cravo Branco”, “Samba Abstrato”, “Praça Clóvis”, “Cara Limpa” e outros.
No domingo tivemos Maria Martha cantando algumas músicas das melhores; Carlinhos Vergueiro com “Teima Quem Quer”, “Amor De Trapo e Farrafo”, “Napoleão”, “Juízo Final”.
Os maiores sucessos, cantados em coro pela platéia foram, “Ronda” e “Volta Por Cima”.
Estiveram presentes, cantando, ainda, Na Ozetti e Duda Lopes e Grupo Flor Formosa.
Paulo Vanzolini, sentado na platéia, dirigiu palavras de humor à platéia e ainda cantou, sendo muito aplaudido. Recebeu o “parabéns pra você” da platéia, além de um bolo, pelas mãos de Ana Bernardo.
Foram dois shows memoráveis e emocionantes.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

CASA DE SAMBA – 2
Este exemplar da coleção tem sambas muito bons. É da Universal Music Ltda.
Vejam: “Com que roupa”, de Noel Rosa, cantada por Zeca Pagodinho & Caetano Veloso; “Tem que rebolar” com Elza Soares; “Lenço” com Monarco/Francisco Santana; “Volta por Cima”, de Paulo Vanzolini, com Noite Ilustrada e Márcia Freire; “Desde que o Samba é Samba” (Caetano Veloso) com Beth Carvalho; Senhora Liberdade” (Ney Lopes/Wilson Moreira) com Ney Lopes e Zélia Duncan. Considero este samba o hino do samba entre nós. Conta a história de uma dessas tragédias da vida; “A flor e o espinho” (Nelson Cavaquinho/A. Caminha/G. Brito) com Guilherme de Brito. Considero a frase “tire o seu sorriso do meu caminho que eu quero passar com a minha dor”, a mais fabulosa e abrangente da alma humana, das frases encontradas em todo o cancioneiro brasileiro (abrangendo sambas ou não); “O Mundo é um Moinho” (Cartola) com Fagner;

TRÊS MENINAS DO BRASIL
Lançado pela Sarapuí Produções Artísticas Ltda., reúne três das melhores sambistas contemporâneas: Teresa Cristina, Rita Ribeiro e Jussara Silveira. Dele destacamos: “Meninas do Brasil” (Moraes Moreira e Fausto Nilo); “Menina amanhã de manhã” (Tom Zé e Perna Froes); “Seo Zé (Carlinhos Brown, Marisa Monte e Nando Reis); “Na cabecinha do Dora” (Antonio Vieira e Pedro Giusti/David Nasser e Rubens Soares); “Para ver as meninas” (Paulinho da Viola), “Dama do Cassino” (Caetano Veloso); “Cantar” (Tereza Cristina); “Maria, Mariazinha” (Aloísio Ventura); “Chula Cortada” (Roque Ferreira).

Até breve!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Clássicos do Samba
- Produzido por Rildo Hora – Patrocínio: BR – Produção Executiva: Instituto Pensante. Gravado pela Eldorado.
- Destaques: “Os cinco Bailes da História do Rio” – Silas de Oliveira/D. Ivone Lara/Bacalhau – Voz: D. Ivone Lara; “Sonho Meu” (D. Ivone Lara/Dicio Carvalho) – voz: D. Ivone Lara; “Esta Melodia” (Jamelão/Bubu Portela) – voz: Eliane Faria; “Portela na Avenida” (Paulo César Pinheiro/Mauro Duarte – voz: Eliane Faria, com a participação da Velha Guarda da Portela; “Folhas da Vila” (Noel Rosa/Vadico) – Voz: Martinho da Vila; “Folhas Mortas” (Ary Barroso) – voz: Jamelão; “As rosas na falam” (cartola) – voz: Jamelão; “Cem Anos de Liberdade – Realidade ou Ilusão?” (Alvinho/Hélio Turco/Jurandir da Mangueira) – voz: Jamelão; Pout-Pourri: “Exaltação a Tiradentes (Penteado/Mário Décio da Viola/Estanislau Silva)” – voz: D. Ivone Lara; “Foi um Rio que Passou em Minha Vida (Paulinho da Viola) – voz: Eliane Faria; “Vamos Renascer das Cinzas” (Martinho da Vila) – voz: Martinho da Vila; “Exaltação à Mangueira” (Aluizio Costa/Enéas Brito) – voz: Jamelão e Velha Guarda da Mangueira.

Quinteto Branco e Preto: a eternidade do samba
Esse grupo, nascido do ventre do Samba da Vela (roda de samba que se reúne às 20h toda segunda-feira, no Centro Cultural de Santo Amaro) é, hoje, a maior sensação do samba de raiz de São Paulo. Formado por jovens sambistas, lançaram pela JV Estúdio e Distribuidora Ltda. o CD “Riquezas do Brasil”.
A apresentação do CD é de Marcus Vinicius de Andrade – Diretor Artístico da Gravadora CPC-UMES.
Alguns trechos de sua apresentação: “O samba é o morto mais malandro que existe”.
“- Tendo sua morte anunciada a cada semestre, mesmo depois de chorado e enterrado, quando a gente menos espera dá com ele numa virada de esquina. Lépido e fagueiro, com boas cores, parece até que a morte lhe caiu bem, remoçando-o, e nele injetando ânimo novo. Vivinho da silva, o moribundo samba segue seu caminho em direção ao sempre, enquanto os modismos de ocasião cambaleiam de saúde, desaparecendo fortes e vigorosos logo depois de começarem a existir. E o samba, tadinho, condenado a ser eterno, em sua trajetória de ressurreto profissional.
Tudo isso nos ocorre quando nos vemos diante deste Quinteto Branco e Preto, maravilhoso grupo de jovens músicos de São Paulo...
É esse Quinteto Branco e Preto, juventude comprometida com a eternidade do Samba, riqueza do Brasil, que a Gravadora CPD-UMES tem o prazer de lançar. Junto com a gente, Beth Carvalho (madrinha do grupo), Nei Lopes, Almir Guineto, Monarco, Wilson das Neves e muitos outros bambas, que certamente assinam o que vai dito.”
Do CD, destacamos: “Nova Psicologia (Magno de Souza); “Amor Malfazejo” (Nei Lopes e Wilson Moreira); “Nem Pensar em Te Perder” (Monarco – Mauro Diniz); “Quero lhe Ver em Meus Braços” (Nelson Cavaquinho – Wilson Moreira); “Exaltação à Velha Guarda: A) – O Bonde São Januário (Ataulfo Alves – Wilson Batista) – C) – “Não Diga a ela minha residência” (Bisle – Marçal) – D) – Se você sair chorando (Geraldo Pereira) – E) – Você Vai se quiser (Noel Rosa) - ; “Você e a Fonte” (Magno Souza); “Reveses” (Maurílio de Oliveira – Edvaldo Galdino Silva); “O Tempo que eu era criança” (Wilson das Neves – Paulo César Pinheiro); “Mãe África” (Murilão – Luveci Ernesto); “Homenagem à Velha Guarda da Camisa Verde e Branco”: destaques – A) “Hino da Velha Guarda” (Ailtinho – Mário Luiz); C) “Cabaré”; D) “Rolou uma lágrima em meu rosto”; F) “Nata do Samba” (Airton – Santa – Maria – Mario Luiz); “Riquezas do Brasil” (Oswaldinho da Cuíca – Magno de Souza – Maurílio de Oliveira).

É só(!). Tem muito mais ainda.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

BENITO DE PAULA E GRUPO FUNDO DE QUINTAL

Benito de Paula
Esse grande sambista, que teve época áurea na MPB do Brasil, infelizmente hoje, esquecido, merece aqui um registro especial sobre seu CD lançado pela EMI - Music Brasil Ltda.
Do CD n.º 1, destacamos: “Vou cantar, vou sambar”; “Eu não tenho onde morar. Não tenho lágrimas”; “A flor e o espinho”; “Antonico”; “Apesar de Você”; “Retalhos de Cetim”; “Do jeito que a vida quer”. Do CD n.º 2 destacamos: “Amigo do Sol, Amigo da Lua”; “Mulher Brasileira”; “Se não for amor”; “Fui Sambando, Fui chegando”; “Além de Tudo”; “Beleza que é Você, Mulher”; “Não precisa me perdoar”.

Grupo Fundo de Quintal
Faremos agora uma análise dos dois últimos CDs lançados pela LGK – Music e pela Som Livre, desse Grupo fantástico.
O primeiro, intitulado “Vou Festejar”, tem as participações especiais de Beth Carvalho, Zeca Pagodinho e Almir Guineto. Destacamos: “Vou Festejar” (Beth Carvalho); “O Show tem que continuar”; “Trem das Onze; “A batucada dos nossos tantãs”; “Lucidez”; “Ela só quer samba”.
O segundo tem o título “Samba de Todos os Tempos”. Destaques: “A força do samba”; “Sorriso Aberto (Jovelina Pérola Negra)”; “Ai que saudades da Amélia”; “Samba da Minha Terra”; “Foi um Rio que passou em minha vida”; “Vai Vadiar”; “Deixa a Vida me Levar” (de Serginho Meriti e Eri do Cais); “Folhas Secas” (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito); “O Neguinho e a Senhorita” (Noel Rosa/Abelardo Silva); “Vem chegando a Madrugada” (Noel Rosa/Zuzuca); “Aquarela do Brasil" (Ary Barroso); “Aquarela Brasileira” (Silas de Oliveira).
E só por enquanto. Tem muito mais.

terça-feira, 24 de março de 2009

Os Partideiros do Cacique

De há muito possuo três CDs do pessoal do Cacique de Ramos; lá, das rodas de samba (que continuam até hoje) surgiu renovadamente o samba de raiz, com nomes como Jorge Aragão, Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho e muitos outros.
O grupo Partideiros do Cacique nasceu lá e hoje faz sucesso em diversos lugares deste país, e é composto por Banana, Carlinhos, Tchatchacha, Marcinho do Pandeiro, Márcio Vanderlei, Bruno Sales e Marcos Leandro.
No início de 2003 os sambistas do Fundo de Quintal convocaram o grupo para acompanhar os compositores que apresentaram suas músicas para o repertório do disco "Festa para a Comunidade". Em setembro de 2003, cantaram com Sombrinha num show do Projeto Funarj, "Chorando e Sambando", o que lhes rendeu o prêmio revelação do ano.
Em novembro de 2004 o Fundo de Quintal gravou eu primeiro DVD, "Fundo de Quintal ao Vivo Convida", que contou com a participação do Partideiros. Em novembro do mesmo ano o grupo participou do projeto "Raça Brasileira", edição comemorativa do Projeto Som Livre criado 20 anos antes e que lançou Jovelina Pérola Negra, Mauro Diniz e Zeca Pagodinho.
Destaques do grupo: programa Dorina Samba - Rádio Viva Rio, AM 1180, destaque de 2003.
Do seu site retiramos estas palavras elogiosas do grupo: "Retomar a tradição das rodas à sombra das famosas tamarineiras, perpetuando o legado que deixaram sambistas da década de 1980. Essa a missão do grupo".
O projeto "Raça Brasileira - 20 anos" teve 200 mil DVDs vendidos pela Som Livre em 2005. Sobre os integrantes, falaremos um pouco da trajetória de cada um deles, depois.
Por enquanto quero registrar o show no qual estive presente, que o grupo nos ofereceu no Bar Brahma, na sexta-feira passada. Espetacular, como não poderia deixar de ser, com a participação desse monstro sagrado que é Sombrinha. As melhores músicas constantes dos CDs que mencionei (e outras) foram devidamente apresentadas (como "Perdoar Jamais").
Estarão se apresentando no SESC - Pompéia, nos dois 27 e 28 próximos. Imperdível.
Ainda hei de falar desse grupo fantástico. Até!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Samba Social Clube

Hoje gostaria de registrar o lançamento do DVD "Samba Social Clube", onde a nata do samba de raiz comparece com seus talentos e vozes esplêndidas. Esse DVD, idealizado porAdriano de Martini e Ricardo Moreira, foi gravado ao vivo na Fundição Progresso - Rio de Janeiro - Produção MPB Brasil e EMI Music.

São vários os excelentes sambistas que comparecem com sambas muito admirados. Vou destacar alguns, com seus compositores e cantores:

1) "É preciso muito amor" (Nóca da Portela/Tido de Miracema), Zeca Pagodinho;
2) "O Bêbado e a Equilibirista" (João Bosco/Aldir Blanc), Beth Carvalho;
3) "Tristeza Pé no Chão" (Armando Fernandes/Mamão), Tereza Cristina & Grupo Semente;
4) "Sorriso Aberto" (Guará), Leci Brandão;
5) "Mas quem disse que eu te esqueço" (Yvone Lara/Herminio Bello de Carvalho), sem dúvida um dos clássicos do samba de raiz, cantado por Dona Yvone Lara;
6) "Pressentimento" (Elton Medeiros/Herminio Bello de Carvalho), belíssimo e imperdível, na voz sensível e bela de Roberta Sá, talvez a maior revelação do samba destes últimos tempos;
7) "Esperanças Perdidas", um dos mais belos sambas que surgiram pelas cabeças de Délcio Carvalho e Adelton Alves, na voz de Lenine;
8) "O show tem que continuar" (Sombrinha/Arlindo Cruz/Luiz Cláudio da Vila), nas vozes desses meninos sensacionais que compõem o grupo Casuarina;
9) "Samba Social Clube", Arlindo Cruz, Marcelinho Moreira e Casuarina.

Como se verifica, trata-se de um desfile dos maiores representates do samba de raiz no Brasil atual.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Salgueiro Campeã do Carnaval 2009

Não poderíamos deixar de dar os parabéns à Escola de Samba do Salgueiro (a escola que mora no meu coração há mais de 30 anos) pela vitória brilhante, após 15 ou 16 anos em vitórias no Carnaval do Rio de Janeiro. Agora, saiam de baixo! Também queremos parabenizar a Escola Mocidade Alegre pela vitória difícil em São Paulo, mas merecida!
Até a próxima!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Estação Lapa e Samba Novo

Outro CD dedicado ao samba de raiz é "Estação Lapa - Vol. 2", com a participação de uma plêiade de sambistas. Com direção artística de João Augusto, destacamos desse CD: "Acalanto", Tereza Cristina e o Grupo Semente, "Amor Vadio", Wilson Moreira, "O Samba é meu dom", Pedro Miranda, "Esperei o sol raiar", Dona Ivone Lara, "Swing de Campo Grande", Casuarina e Tereza Cristina, "Peixe com Coco", Monarco e Velha Guarda da Portela, "Portela na Avenida", Cristina Buarque.
Gostaria, ainda, de registrar um CD recente intitulado "Samba Novo" (Rodrigo Maranhão, Tereza Cristina, Roberta Sá e outros nomes da nova geração do samba), da Som Livre. Destacamos: "O Canto da Raça", com Hamilton de Souza, "Afefé", interpretada por Roberta Sá e o Trio Madeira Brasil, "História do Mar", por Sururu na Roda, "Cantiga", Monobloco, "Reza forte", Serjão Loroza e "Miragem" com Serginho Procópio.
Ótimos!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Casuarina

Hoje resolvemos registrar a existência, dentro do samba de raiz, do grupo Casuarina. Trata-se de um grupo que vem fazendo muito sucesso no Rio de Janeiro. É formado por Gabriel Azevedo, Daniel Montes, João Fernando, João Cavalcanti e Rafael Freire.
São Sambistas de primeira, escrevendo e produzindo suas próprias músicas.
São dois CDs produzidos com esmero pela Biscoito Fino.
Do primeiro CD, destacamos: "Dilemas do Universo", "Teima quem quer" (Paulo Vanzolini), "Arco-Íris", "Onda de Poeta".
Do segundo, destacamos: "Pranto de Poeta" (Nelson Cavaquinho), "Súplica Cearense" (imperdível), "Na intimidade, meu preto" (Ney Lopes), "Laranja Madura" (Ataulfo Alves), "Formiga Miuda" (Wilson Moreira/Sergio Fonseca), "Minha Filosofia" (Aluísio Machado).
Vale a pena ouvir.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Apresentação

Criei o presente veículo comunicativo para exaltar o samba de raiz, que de uns tempos para cá tem ganho cada vez mais novas figuras que abraçaram com amor e carinho o verdadeiro samba (o de raiz), renovando e reconstituindo suas origens, apesar do aparecimento de ritmos que tiveram seus momentos (bossa nova, tropicália, pagode tipo "tchan", samba-rock, etc).
O verdadeiro samba, nascido com "Pelo Telefone", como se sabe, teve em Noel Rosa o talento maior nas suas origens; teria ele deixado, no pouco tempo de sua existência, por volta de 200 músicas.
Depois, outros vieram no seu rastro, abrindo caminho para o samba de raiz. Pichinguinha, embora o rei do choro, criou sambas inestimáveis. Nelson Cavaquinho só pode ter sido comandado em suas criações, por Deus, tal a beleza e profundidade de suas letras. Cartola, com suas canções que até hoje todos cantam, foi um grande "construtor do samba de raiz". Depois vieram Ataulfo Alvez, Jamelão, Adoniran Barbosa, Lupicínio Rodrigues, Candeias, Guilherme de Brito, etc, até chegarmos a Paulo Vanzolin, Elton Medeiros, Ney Lopes, Nelson Sargento, Sombrinha, Arlindo Cruz e outros mais recentes como Jorge Aragão, Dudu Nobre, Teresa Cristina. etc.
Como cantores, desde Francisco Alves, Orlando Silva, Elizabeth Cardoso, etc, penso que a maior figura que fez do samba de raiz o que é e que dedicou toda a sua vida para ele foi, sem dúvida, a sempre presente Beth Carvalho. Aliás, esta está a merecer uma homenagem de um escritor contando sua vida e sua obra, enquanto viva, pois, como disse em uma música célebre Nelson Cavaquinho: "quem quiser me homenagear, que o faça agora, antes que eu vire saudade". Beth foi e é a maior cantora de samba do país, de todos os tempos. Em matéria de grupo vocal, o maior foi e é Demônios da Garoa.
Temos os sempre lembrados Martinho da Vila, Paulinho da Viola, pessoal do Fundo de Quintal, Jorge Aragão, Jair Rodrigues, Teresa Cristina e o Grupo Semente, Dudu Nobre, e a maior estrela de hoje, Zeca Pagodinho, Noite Ilustrada, Dona Ivone Lara, Dona Inah, Leci Brandão, Benito de Paula, Miriam Batucada, Germano Mathias, Alcione. Mais recentemente, têm surgido verdadeiros talentos ou grupos, como Ana Costa, da Lapa, e idem: o Galo Cantô, Batuque na Cozinha, Casuarina e outros que vêm surgindo como Cristina Buarque, Fabiana Corazza, Mônica Salmaso, Quinteto Branco e Preto, Samba da Vela, Grupo Camisa Listrada, Maria Rita, Roberta Sá, e o Diogo Nogueira. Outros ainda estão surgindo aqui e acolá.
Neste Cantinho, haverems de exaltar e noticiar as belas letras e músicas que vêm do passado e do presente, a fazer com que o samba de raiz seja eterno.